Agrupamento de Escolas de Vila Verde
Breve resenha histórica
Os agrupamentos de escolas, de acordo com o artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 75/2008, consubstanciam unidades organizacionais dotadas de órgãos próprios de administração e gestão, constituídas por estabelecimentos de educação pré-escolar e escolas de um ou mais níveis e ciclos de ensino, visando proporcionar um percurso sequencial e articulado dos alunos abrangidos numa dada área geográfica e favorecer a transição adequada entre níveis e ciclos de ensino, superar situações de isolamento de escolas e estabelecimentos de educação pré-escolar e prevenir a exclusão social e escolar, reforçar a capacidade pedagógica das escolas e estabelecimentos de educação pré-escolar que o integram e realizar a gestão racional dos recursos, assim como garantir o funcionamento de um regime de autonomia, administração e gestão.
A constituição do Agrupamento de Escolas de Vila Verde visou, por conseguinte, alcançar estes objetivos, apresentando, no entanto, uma significativa abrangência geográfica e um território, do ponto de vista geomorfológico, económico e sociocultural, um tanto heterogéneo que coloca acrescidas exigências, complexos desafios e inegáveis dificuldades nos esforços desenvolvidos em ordem à cabal concretização daqueles desideratos.
De facto, a uma zona sul com uma paisagem menos acidentada e com algumas aprazíveis áreas ribeirinhas, opõe-se um território a norte recheado de não menos idílicos trechos montanhosos. Este contraste evidencia-se igualmente nas dinâmicas da economia local, predominando, no sul, a atividade comercial e os serviços, a par de um progressivo e sustentado crescimento industrial, enquanto à medida que se caminha para norte se depara com uma economia de maior pendor rural.
Na perspetiva de um mais amplo e cabal conhecimento desta complexa organização, não será despiciendo mergulhar nas suas mais remotas origens, ainda que com a necessária brevidade, começando por evocar a Escola Preparatória de D. João de Aboim, fundada corria o já longínquo ano de 1968 (iniciaram funções 19 docentes), por portaria dos Ministérios das Finanças e da Educação, tendo a mesma funcionado em instalações algo dispersas, na sede concelhia, até que, 13 anos volvidos, acabou por ser edificado o tão ansiado edifício de raiz que se manteve até aos nossos dias, embora, mais recentemente, tenha sido requalificado, sobretudo sob a égide do Município de Vila Verde.
Criada pela portaria n.º 745/99, de 26 de agosto, a Escola Básica Monsenhor Elísio Araújo entrou em funcionamento no ano letivo 1999-2000. Situada a norte da sede do concelho, funcionou, inicialmente, com os 2.º e 3.º ciclos do ensino básico. Entretanto, em 2001, nasceu o Agrupamento de Escolas Monsenhor Elísio Araújo, frequentado por crianças da educação pré-escolar e alunos de todos os níveis do ensino básico das 25 freguesias que o mesmo servia.
O Agrupamento de Escolas de Vila Verde (AEVV), por seu turno, nasceu no ano letivo 2003-2004, fruto da fusão da Escola Básica 2, 3 de Vila Verde com o existente Agrupamento Horizontal de Escolas de Vila Verde, sediado na Escola Básica de Vila Verde, sita na sede concelhia. Aglutinava, então, um total de 26 estabelecimentos de educação e ensino.
Três anos após a sua criação, este agrupamento, em virtude da reorganização da sua rede escolar, passou a contar com 19 estabelecimentos de educação e ensino (8 JI, 7 EB1, 3 JI/EB1 e uma EB2,3, a sede do Agrupamento), abrangendo então dez freguesias – Vila Verde, Lanhas, Sabariz, Geme, Esqueiros, Barbudo, Travassós, Loureira, Turiz e Soutelo -, as quais, exceptuando Travassós, se encontravam servidas por JI e EB1ou por EB1/JI.
O Centro Escolar de Vila Verde, em funcionamento desde o ano letivo 2008-2009, hoje designado Escola Básica n.º 2 de Vila Verde, aglutina a grande maioria dos alunos da educação pré-escolar, a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida, e do 1.º ciclo do ensino básico das freguesias da zona sul do concelho que se encontram abrangidas por este agrupamento de escolas. Refira-se, ainda, a este propósito, que a Escola Básica Monsenhor Elísio de Araújo passou também a ser frequentada por alunos da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, após a construção contígua do Centro Escolar que entrou em funcionamento no ano letivo 2010-2011.
Atualmente, o Agrupamento de Escolas de Vila Verde estende-se por um vasto território que percorre o concelho de Vila Verde de norte a sul, englobando 16 das 33 freguesias e uniões de freguesias que o integram (Vila Verde e Barbudo; Aboim da Nóbrega e Gondomar; Sande Vilarinho, Barros e Gomide; União de Freguesias do Vade; Pico de Regalados, Gondiães e Mós; Prado S. Miguel; Lanhas; Sabariz; Geme; União de Freguesias de Esqueiros, Travassós e Nevogilde; Valdreu; Oriz S. Marinha e Oriz S. Miguel; Loureira; Turiz; Soutelo; e União de Freguesias de Valbom S. Pedro, Passô e Valbom S. Martinho), razão pela qual é, não raras vezes, com alguma propriedade, considerado um mega agrupamento.
Contemplando 18 estabelecimentos de ensino, desde a Educação Pré-Escolar até ao 3.º ciclo do ensino básico, este agrupamento funciona, literalmente, de portas abertas para a comunidade e tem vindo a desenvolver um aturado trabalho de articulação com a sociedade civil, especialmente com as forças vivas locais e regionais e com uma grande multiplicidade de agentes de desenvolvimento com intervenção em distintas áreas. Com efeito, com o foco na formação integral de todos os alunos e visando a efetiva construção de uma escola simultaneamente dinâmica e inclusiva, as várias estruturas deste agrupamento levam a bom porto todo um conjunto de parcerias e de interações com entidades, na perspetiva da concretização de projetos que acrescentam um muito significativo valor ao propósito de implementação de uma educação exigente e desafiante, suscetível de preparar todos os alunos para a melhor integração num mundo tendencialmente global e sobretudo em permanente devir. Assim, é inegável, à luz do projeto educativo vigente e da lógica de funcionamento das unidades educativas, que os estabelecimentos de ensino deste agrupamento interagem e desenvolvem um crescente trabalho colaborativo com distintas instituições, criando um ambiente relacional interinstitucional incontornável na sociedade atual e no mundo extremamente competitivo e multifacetado em que vivemos.
No âmbito deste processo de consolidação do trabalho em rede, uma palavra ainda para a proficuidade do labor encetado em estreita cooperação com as autarquias locais e com o Município, no sentido da criação e robustecimento de sinergias catalisadoras de múltiplas e interessantes dinâmicas educativas, passíveis de elevar os níveis de envolvimento de toda a sociedade na implementação de políticas educativas cativantes, ativas, somais enriquecedoras e, na medida do possível, alicerçadas no conhecimento e na valorização das potencialidades locais.
Em conclusão e citando Jean Piaget, “o principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram”.